O governo brasileiro está mudando suas estratégias de comunicação digital com a criação do chamado 'Gabinete da Ousadia'. Coordenado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), essa iniciativa visa fortalecer a presença do governo nas plataformas digitais e combater narrativas adversárias. Com reuniões diárias e um orçamento de quase R$ 120 mil por mês provenientes do Fundo Partidário, o gabinete busca influenciar a opinião pública de maneira mais direta e sistemática.
Estratégia e Controvérsia
A principal função do Gabinete da Ousadia é manter um fluxo constante de informações positivas sobre o governo, silenciando críticas e tentando moldar a percepção pública a favor do presidente. Contudo, essa iniciativa não passou despercebida pelos parlamentares da oposição, que pediram investigações alegando possíveis desvios de recursos públicos para propagar fake news.
Um dos principais perfis associados ao Gabinete da Ousadia já publicou posts polêmicos, incluindo afirmações de que a facada contra Bolsonaro em 2018 foi uma farsa e alegações de ligações do ex-presidente com o Comando Vermelho. Essas ações levantaram preocupações sobre a ética e a veracidade das informações compartilhadas.
Militância Digital Organizada
O governo atual nega qualquer transferência direta de verba para uma militância digital organizada, afirmando que apenas realiza campanhas pontuais com influenciadores pró-governo. No entanto, é sabido que pelo menos 100 mil militantes do Instituto Lula propagam mensagens favoráveis ao presidente em diversos grupos de WhatsApp.
Os aliados de Lula afirmam que a oposição tenta associar o atual governo a práticas similares ao “Gabinete do Ódio” do governo Bolsonaro, onde servidores supostamente empregavam estratégias digitais para influenciar a opinião pública.
Desafios e Objetivos
A popularidade de Lula enfrenta desafios significativos. De acordo com as últimas pesquisas, 47% dos brasileiros desaprovam o presidente, o pior índice desde seu retorno ao poder. Para melhorar essa imagem, especialmente entre os jovens, o governo está intensificando seus esforços de comunicação online.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também anunciou uma licitação para contratar uma empresa que monitore as redes sociais em busca de conteúdos relacionados à Corte, rastreando usuários que compartilham informações sobre o STF.
Reflexões Finais
O uso de estratégias digitais agressivas para influenciar a opinião pública não é uma novidade no cenário político brasileiro. No entanto, a transparência e a ética dessas práticas continuam sendo pontos de debate. A implementação do Gabinete da Ousadia levanta questões sobre o uso de recursos públicos e a disseminação de informações potencialmente enganosas, sublinhando a necessidade de vigilância e responsabilidade no uso das redes sociais para fins políticos.
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