Na última terça-feira, logo nas primeiras horas do dia, o presidente Lula fez declarações contundentes em uma entrevista, criticando abertamente o presidente do Banco Central, Campos Neto. Entre as falas mais impactantes estavam:
- “A única coisa desajustada no Brasil é o comportamento do BC”;
- “Campos Neto tem lado político e trabalha para prejudicar o país”;
- “Não tem explicação para essa alta taxa de juros”;
- “Tarcísio de Freitas tem influência nas decisões”.
Essas declarações evidenciam a tensão entre o governo e o Banco Central, contribuindo para um aumento significativo da incerteza no mercado. A resposta imediata dos investidores foi um aumento na cotação do dólar, que atingiu R$ 5,44 — o maior valor desde janeiro de 2023. Para comparação, no início do ano, o dólar estava em R$ 4,85.
Essa valorização do dólar fez com que o real brasileiro se tornasse a moeda de pior desempenho entre os países emergentes em 2024, superando até o peso argentino. Além disso, o Brasil caiu para a 62ª posição entre 67 países no índice global de competitividade, que avalia a economia nacional com base em novas tecnologias e promoção de crescimento.
Ontem, quarta-feira, um dia após as críticas do Presidente, o Copom decidiu interromper a sequência de cortes na taxa de juros que vinha acontecendo desde agosto do ano passado.
Após sete reduções consecutivas, os diretores do Banco Central optaram por manter a Selic em 10,50% ao ano, mesma taxa do mês passado. Desde então, o cenário econômico do país piorou significativamente.
Aqui estão algumas das principais mudanças observadas:
- O dólar, que estava na casa dos R$ 5,10, ultrapassou R$ 5,40;
- As expectativas de inflação anual subiram de 3,5% para quase 4%;
- A Bolsa brasileira teve o pior desempenho entre as principais economias mundiais;
- O governo não conseguiu implementar medidas eficazes de corte de gastos.
Esses fatores deixaram os investidores estressados, dificultando ainda mais qualquer tentativa do Banco Central de reduzir a taxa de juros.
Os juros impactam diretamente a inflação, pois são o preço do crédito. Com a piora da economia, é compreensível que o Banco Central adote uma postura mais cautelosa.
A decisão do Copom incomoda o Governo, que defende uma taxa de juros mais baixa para estimular a economia, argumentando que a inflação está sob controle no país.
A divulgação da Selic foi feita após o fechamento do mercado. Portanto, hoje veremos como a Bolsa vai reagir. Antes do anúncio, o dólar já havia chegado a R$ 5,45, o maior valor registrado durante o atual Governo.
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