Pular para o conteúdo principal

Tio Lula é o Rei do Congresso?

Lula e sua equipe vão pagar um valor recorde de R$ 30 bilhões em emendas parlamentares antes das eleições municipais em outubro deste ano. Esse será o maior volume liberado em um 1º semestre da história do Brasil e também a maior quantia para um período pré-eleitoral.

Desse valor, cerca de R$ 20 bilhões já foram pagos ao longo dos últimos seis meses. Acontece que, como a lei eleitoral proíbe o pagamento dessas verbas a três meses da eleição, o governo tem até 06/07, próximo sábado, para fazer o PIX.

Sendo assim, para cumprir o combinado com o Congresso, Lula vai precisar liberar R$ 1,4 bilhão por dia até o fim desta semana. As emendas são verbas que ficam disponíveis aos parlamentares para que eles possam escolher como gastá-las.

É como seu pai aumentando o limite do seu cartão de crédito. A diferença é que você pode gastar boa parte desse valor com o que e como quiser, sem ter que justificar nada para ele — as chamadas “emendas PIX”.

Durante a campanha, o dinheiro dessas emendas acaba vindo no timing ideal para assinar “projetos locais” em seus redutos e se promover com a população. De acordo com o Portal do Orçamento Federal, deputados do PT tiveram o maior volume de emendas liberadas na Câmara pelo governo neste ano.

Nos recursos distribuídos por partidos até abril, deputados do PT já receberam R$ 618 milhões em emendas. Na sequência, vem o MDB (R$ 450 milhões), seguido por União Brasil (R$ 446 milhões).

Em relação aos deputados do PL, partido que tem a maior bancada da Câmara, foram liberados R$ 367,5 milhões em emendas — o menor valor dentre os sete maiores partidos da Casa.

A falta de transparência dessas emendas já foi criticada pelo Lula durante a gestão de Bolsonaro, com o petista dizendo que se tratava do maior esquema de corrupção da atualidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Judiciário Mais Caro do Mundo: Crescimento de Gastos e o Peso no Bolso do Brasileiro

Enquanto o governo federal se vê forçado a cortar R$ 15 bilhões do orçamento para se adequar ao novo arcabouço fiscal, o Judiciário brasileiro caminha na direção oposta. Para o próximo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá um incremento de quase R$ 4 bilhões em seu orçamento, sendo R$ 1,4 bilhão em aumento real, além da inflação projetada. Esse reajuste será destinado, em parte, para melhorar os já altos salários dos juízes, o que levanta questões sobre o impacto desse gasto em um momento de ajuste fiscal. O Brasil ostenta o título de Judiciário mais caro do mundo, com gastos que representam 1,6% do PIB nacional, o equivalente a R$ 160 bilhões. Esse valor é impressionante, principalmente quando comparado com outras nações, e a maior parte dessa verba é destinada aos salários dos juízes. Embora o teto salarial seja teoricamente de R$ 41 mil mensais, os famosos "penduricalhos" — gratificações e benefícios adicionais — elevam a remuneração real de muitos juízes a cifras sup...

O Crescimento Exponencial das Emendas Parlamentares no Brasil

Nos últimos anos, o Congresso Nacional brasileiro tem ampliado significativamente seu controle sobre o orçamento público, graças ao crescimento das emendas parlamentares. Desde que uma mudança na Constituição tornou o pagamento dessas emendas obrigatório, o montante de recursos destinado aos parlamentares aumentou de forma expressiva. Para se ter uma ideia, o valor das emendas passou de R$ 3,4 bilhões em 2015 para impressionantes R$ 37,8 bilhões em 2024, representando um aumento de mais de 11 vezes em menos de uma década. Essa mudança transformou o cenário político e financeiro do país. Ao todo, nos últimos nove anos, deputados e senadores decidiram como gastar R$ 213 bilhões do orçamento público. Esse poder concentrado nas mãos do Legislativo tem gerado um impacto significativo na forma como os recursos públicos são distribuídos, afetando diretamente a capacidade do governo de equilibrar suas contas e investir em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. O Controle das E...

Desperdício de Vacinas: Prejuízo Bilionário na Gestão Pública

O Brasil enfrenta um desafio crítico na saúde pública com o desperdício de mais de 58 milhões de doses de vacinas em 2023, resultando em um prejuízo estimado de quase R$ 2 bilhões. Esse cenário expõe falhas na gestão e na adesão vacinal, levantando preocupações sobre a eficiência do sistema público e a definição de prioridades governamentais. Como podemos evitar problemas tão graves de má gestão na saúde? Um Retrato do Desperdício Nos últimos meses, o Brasil enfrentou o maior volume de vacinas descartadas desde 2008. Os imunizantes vencidos não se limitaram à COVID-19, mas também incluíram vacinas cruciais para combater doenças como tétano, coqueluche, febre amarela e meningite. Especialistas apontam a má gestão de estoques como o principal fator. Além disso, o aumento de 22% no desperdício em comparação ao governo anterior reflete desafios logísticos e falta de planejamento. Enquanto isso, bilhões que poderiam ser usados em políticas de saúde, como aquisição de ambulâncias ou insumos ...